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Em dia de aversão ao risco, Bolsa fecha em queda empurrada por Vale e Petrobras

No penúltimo dia do mês, a Bolsa fecha em queda expressiva puxada pelas commodities, com destaque a Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR3) refletindo o recuo do minério de ferro e do petróleo com preocupação em relação ao crescimento das maiores economias do mundo, perspectivas de inflação e juros altos, incertezas sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e decisões da Opep+ sobre corte na produção.

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As empresas de siderurgia e os bancos também tiveram queda na sessão de hoje. O setor financeiro foi impactado pelos dados de crédito referentes ao mês de abril, que mostraram aumento da inadimplência. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) caiu de 1,83% e 2,72%. Itaú (ITUB4) cedeu 1,41% e Santander (SANB11) perdeu 1,50%.

A Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,93% e 1,12%. Vale (VALE3) perdeu 2,35%.

O principal índice da B3 caiu 1,23%, aos 108.967,03 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 1,30%, aos 109.450 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,1 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.

Arlindo Souza, analista de ações do TC, afirmou que a Bolsa deve fechar em queda puxada pela Vale e Petrobras.

“A Vale já vem em um movimento de correção por conta do minério e a Petrobras está em linha com o Brent [cotação do barril de petróleo], discussões sobre o crescimento da China e Estados Unidos vem colocando as commodities para baixo, além do tema sobre a dívida americana; o IGP-M veio melhor que o esperado-caiu 1,84% em maio, mas não refletiu nos ativos de risco”.

João Piccioni, analista Empiricus Research, disse que o ambiente mais negativo com a desaceleração da economia global puxa as commodities. “E, quando as commodities patinam lá fora o Brasil acaba sentindo, não se sabe o que vai acontecer com o teto da dívida nos Estados Unidos, parece que está tudo acertado, mais ainda tem muita discussão no Congresso, os republicanos estão relutando em apoiar o acordo do McCarthy [Kevin McCarthy, presidente da Câmara] e Biden [Joe Biden, presidente dos Estados Unidos] e vemos a aversão a risco ligada a ativos que representam a economia real; três setores que estão bem por lá tecnologia, real state, consumo e comunicação”.

Piccioni ressaltou que a Bolsa brasileira teve um bom desempenho em maio. “O Ibovespa e Small [Índice] caminham muito bem e o Brasil foi muito comentado lá fora nesse mês por conta do carry trade e a Bolsa também estava muito descontada em relação aos pares”.

Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse que a Bolsa começou
com o dia positivo na esteira do acordo do teto da dívida dos Estados Unidos, mas as commodities passaram puxar para baixo o índice.

“O petróleo despencando lá fora caindo mais de 3% e minério em queda, as commodities têm relação direta com expectativa de alta de juros e vemos no monitor da CME que a maioria dos investidores está precificando uma alta de 0,25 pp para as taxas de juros nos EUA; até pouco tempo o cenário era de manutenção [dos juros] e isso impacta no nível de atividade econômica, esse éo driver para impactar commodity e reflete na nossa Bolsa”.

Farto chama a atenção para um ponto importante em relação ao teto da dívida dos Estados Unidos. “O governo aumentou o limite de gastos e vai emitir dívidas, o que pressiona ainda mais as taxas de juros; por mais que tenha resolvido um problema pode ter criado outro”.

O sócio e head de renda variável da Vértiq Invest acrescentou que os bancos também estão caindo bem, principalmente o Bradesco. “O Bradesco está com problema no aplicativo, mas o setor está sofrendo com problema de crédito e inadimplência, principalmente para as famílias”.

Segundo uma fonte, o petróleo cai com a percepção de que os juros nos Estados Unidos podem seguir mais altos com os indicadores de inflação acima do esperado e expectativa de que Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus Aliados (Opep+) mantenham o nível de produção de petróleo. O minério de ferro caiu Dalian, na China.

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